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a286 - pela fé ou pelo medo lyrics

[verso 1 – reinaldo]
preferia acreditar que a cena fosse ficção
ladrão de doze de repetição no crânio do cuzão
no pião de hilux, com whisky e piranha
e o mendigo no auge da fama com duas modelo na cama
hoje a fé que move montanha não foi capaz
de evitar mãe no puteiro pelo sustento de outro sem pai
pra fiel dizimista, na leucemia fatal
esperando milagre com tratamento precário no hospital
preferia cantar educação combatendo crime
o choro de emoção final feliz igual nos filme
invés da gravidez precoce sem pai pra sustentar
e antes dos 9 fuga de casa, cansada de trabalhar
desestrutura familiar, desestrutura na escola
cancela o p-sseio com os filho no sábado sem escolta
trava porta, aciona o alarme que a empresa já deu o aviso:
“eu tenho 10 anos de casa” é corte e foda-se seus filhos!
quer paz, patriotismo num país onde o governador
me põe como prioridade depois da conta no exterior
primeiro conforto da família, suas férias suíças
depois a saúde da minha mãe numa fila a quase dois dias
enquanto sua fé otimista não muda a situação
a esperança vem da ação da bala varando coração
se for pra sorrir com 400 num trampo toda a vida
prefiro carro forte e de ar e .30

[refrão]
se a compaixão é a salvação
então que venha o inferno! (pow, pow)
se a compaixão é a salvação
então que venha o inferno! (pow, pow, pow)
se a compaixão é a salvação
então que venha o inferno! (pow, pow)
se a compaixão é a salvação
então que venha o inferno! (pow, pow, pow)

[verso 2 – reinaldo e moysés]
o excluso aqui não tá em madrid saboreando a gastronomia
tá na bolívia trazendo os quilos de farinha
pra onde proíbem outdoor por poluição visual
mas não crianças sem escola vendendo bala no sinal
vai entender, que hoje o hall dos excluídos sem estudo
fabrica bomba, sem engenharia cava túnel
decreta feriado por opressão carcerária
com busão queimado e bala na base comunitária
enquanto for justo o meu conhecimento limitado
meu ensino fundamental mede o básico do básico
o corpo não vai resistir à 5º de temperatura
amanhecendo morto depois de 10 anos dormindo na rua
quando encontrarem viatura em estado de ferro contorcido
lembra que esse é o país do futebol, não do químico
que aprova seu filho na escola pela presença
pra mais tarde ver ele sorrindo, limpando banheiro de empresa
espera que na eleição quem te dar acesso a cocaína
sancionar novas leis que estabelece pelas alternativas
pro branco favelado, as medidas socioeducativas
não dá cota mas emprega na fábrica de arma clandestina
então que o pão de cada dia não venha na força da oração
mas na mão de ak, gritando: ”todo mundo pro chão!”
seu pai foi preso, não foi por não buscar a cristo
foi por não conseguir fazer milagre ganhando um salário mínimo

[verso 3 – moysés e reinaldo]
acredito no poder transformador da leitura
mas quem não te da escolha te quer de algema na viatura
seus dados no fotocrim da polícia militar
pro superman te prender, antes do busão queimar
onde razão é amar o próximo como a si mesmo
aquele que bate na sua cara, da tiro no seu peito
explora seu filho na plantação de cana, de algodão
com deficiente sonhando com emprego pra vender bala no busão
feliz tá quem levou o botox num -ssalto
não quem joga bolinha de tênis no farol em frente o carro
vai ver a mãe doente aposentada fazer faxina
pra não ver a irmã com 13 vender o corpo pros turista
só queria ver a filha do político com dengue
com leptospirose contraída na enchente
as barata de madrugada na pia, no prato
curto circuito te deixando sem móveis, sem barraco
torço pra desde o pré o menino sonhar com a medicina
pra que a esmola não seja a única renda da família
pra não rasgar o pescoço na mitsubishi com teco de vidro
quando acabar a farinha cola a pedra do cachimbo
quando eu tiver amarrando você, sua família e tacando fogo
cê vai saber que sem estudo não se realiza sonho
aqui os humilhados serão exaltados mas não na fé, nem no dízimo
se não for no livro é só carbonizando executivo vivo

- a286 lyrics

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