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adjoint – mediares lyrics

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sei quem sou mas contigo aqui
partilho cenas que nunca soube de mim
viagem ao centro do meu universo
é processo reverso e em cada verso fictício, há algo real

uso metáforas? ya!
agora que ‘tas a par
basta ligar basta parar para pensar
descansar e voltar a correr

farto de fingir farto de esconder
farto de fugir da verdade
bem vindo a realidade
na qual estou focado eu ‘tou perdido

por vezes me sinto sozinho
então pego no copo de vinho
por dentro eu estou tão vazio
no fundo só oiço som do vizinho

som do vinil, som do ruido
silencio é o que mais me inspira
nessa corrida em média rés
andei tanto na vida que nem sinto os pés

de lés a lés, mas o meu barco tu notas a leguas
aqui para mim, rimas são penas perpétuas
p-sso horas a olhar p’ teto
não sei quanto mais eu aguento -ssim

pensamento vazio, cabeça no ar
puxo do sentimento, como quem puxa da gun
tiro tudo cá de dentro, como cigarro do maço
tu não sabes o preço que pago, pelo sorriso que esboço

(aqui só resolve – corda ao pescoço)

acordo no fundo do poço, eu ja não posso
saio da festa morto, mas vivo do meu funeral
tou bem ou tou mal – não importa
cabeça à volta

nostalgia aperta preguiça não larga
folha e tinta não falta
cada segunda começa do zero
ou começa do meio

ou não começa de todo
eu procurava algo novo
mas acabei por voltar ao mesmo
tu querias saber algo novo
mas acabaste por saber o mesmo

eu estou tão farto, exausto, cansado
do que se tem p-ssado
quer do presente, quer do p-ssado
às vezes quero voltar lá

só por um bocado até aquele tempo
onde tudo não era tão complicado
onde não havia tanto fumo de tabaco
e o mundo não era tão opaco

agora volto ao meu teto branco
apago tudo e afundo-me no meu mundo
escrevo no escuro

é um conto em media res
que começa em dez
tem cabeça mas falta-lhe os pés
tu queres saber o final
no final eu vou dançar no caixão



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