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anti-herói – mônica lyrics

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cortes na jugular, sem sutura
remoendo falsas juras enquanto ainda sangra
de alguns infortúnios, atrás de falsa fortuna

férias em ubatuba, hentais da sakura, doses de saquê ura
sutras, medito sobre sustentar colunas
se me esqueço a estrutura esmago o atlas
doces curvas e o veneno que a alma procura
que dão pra mim ao mesmo tempo em que me cravam facas
conhaque pra esquecer e ser só criatura
e no outro dia não pensar na dor da criação
quando nem sempre o que é contido vale sua moldura
perdendo tempo e paciência junto com a razão
são alguns bilhões presos no mesmo transe
pressionante, impressionante, reina o ego humano
o filme da nossa vida posto em cannes
dois vilões querendo sangue
mas se não aguenta porque veio?

(já que) o sol não nasce pra todos, ditados disseram
voamos atrás de sonhos com asas de cera
aguardando algum sinal, uma nova primavera
eu tava drogado demais pra uma terça-feira
era o quarto de dormir e a paisagem da janela
como um anúncio, um aviso de um temporal
mônica não quis acreditar e nuca foi culpa dela
acho que eu também nunca quis, me dizem que é normal
eu deixo alguém encher minha taça mas odeio tintos
pensando em esvaziar garrafas pra ver se levito
metáforas só pra fingir que o mundo é mais bonito
e lá fora o infinito chama pra eu não voltar
viver é desencontrar, pessoas são labirintos
com desejos distintos, instintos, lógicas próprias
uma coisa é óbvia
engana a memória, de certeza o presente
nossas questões sem respostas

(vão) ac-mulo entulhos num coração sujo e juro
ainda trago como a mais desejada
o tempo todo atrás da chance de ter tudo
e talvez tudo desse mundo seja quase nada



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