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barrako 27 - um lamento lyrics

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apaixonei-me pelo hip hop
amor puro como poucos
nunca seria o meu sonho
seria o sonho dos outros
levo á risca a essência
e tudo o que partilhei
dei justiça ás palavras
de quem nunca duvidei
tudo em vão todos
p-ssaram de caçadores a presas
depois de tantos anos
consigo juntar as peças
que afinal o princ-p-l
é mesmo o prato na mesa
nem que venda o ideal
que mantinha a chama acesa
mas quem se importa
com a cultura morta puto
este hip hop não é adulto
não vejo ninguém de luto
não me torno frio
embora gélido por dentro
ponho gelo na ferida
que já nem cura com o tempo
escrevo um lamento
num minuto de silencio
pelos inocentes
que mudaram com o vento
á doença do dinheiro
não há valente que lhe resista
este cenário está mais negro
que o meu nome nessa lista
sem a culpa
com a luta artificial
arte sem fronteiras
virou territorial
perdido em papeis
perdeu decibéis
secaram spray´s
cegaram dj´s
enterraram leis da formação de uma família
ouço rimas tão vazias
quase que morro de fome
podem encher a carteira
mas nunca a alma de um homem
chamem-me urso, hibernado
seguro no meu abrigo
tudo o que arrecadei
eu dividi com o meu amigo
nesta selva de pedra
quem é leão é rei
é só comer, é só foder
mesmo quem seguiu a lei
em manter a profecia
preservar este tesouro
nem com truques de magia
penetram neste couro
isto não é para fracos
nem que me apontem o dedo
não vacilei nesta doutrina
eles ficaram com medo
de dar amor
escolheram o pecado
não importa o que ganharam
se perderam o significado
esta s-m-nte cresceu
com água envenenada
o sabor da fruta caseira
agora industrializada
bom aspecto, grande pinta
até te finta mano
não entrego a um tirano
o meu sonho puritano
a uma vida miserável
dei lhe outro sentido
ganhei força de amar
o que não pode ser subst-tuído
o que obtenho em cada olhar
em cada toque, em cada brilho
é seguir a minha linha
para quem me segue o trilho
não me lembro pra onde vou
não me esqueço de onde venho
não é fácil desempenhar
o papel que eu desempenho
vivo na desilusão
vivo á margem da lei
duma lei que não quebrei
que c-mpri, quando jurei
vejo a cultura mais vendida
que a puta numa praça
abandonada, moribunda
arrastando a carcaça
pela m-ssa, pelo medo
de caírem no degredo
perderam a raça
desvendaram o segredo
credo
como tudo mudou
serei eu o mais errado
em me manter como sou?
quando o meu dia chegar
e me fizerem a pergunta
“ o que te torna tão intenso? “
tornei-me um homem como nunca



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