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brô mc's - a vida que eu levo lyrics

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[letra de “a vida que eu levo” com brô mc’s e fase terminal]

[intro]
para nós, o valor da vida é correr atrás
é sonhar mais a cada dia que passa
brô e fase terminal traz a mensagem nas comunidades
sempre sonhamos em mudar a realidade
sofrimento jamais, é só paz

[verso 1: brô mc’s]
neste mundo que vivemos só existe ilusão
por isso, eu te digo: se ligue, meu irmão
amor, amizade e a paixão
sonhos que se vão e deixam para trás tamanha recordação
sempre que acordo mais uma noite se passou
todos nosso sonhos se perderam pelo amor
tenho fé еm deus que tudo vai mudar
basta ter talеnto, lutar e confiar
sei que não é fácil viver assim
criminalidade, violência neste mundo, enfim
te mostro a vida de verdade
seja bem vindo à minha realidade
sei que, quando eu passo, me olha diferente
e a gente luta para manter a nossa crença
o homem branco traz doença, dizimou o nosso povo
causou a nossa miséria e agora me olha com nojo
sou um índio sim, vou até falar de novo: guarani+kaiowá
e me orgulho do meu povo
esse povo que é guerreiro, é batalhador
um povo que resiste com força e com amor
amor pela terra querida
amor por seus filhos e filhas
filhos e filhas, marcados pela vida
mais de quinhentos anos uma ferida que não cicatriza
[refrão]
vive em mim a esperança de uma nova vida
vive em mim
também por ti
irmão índio que ainda acredita
também por ti
vive em mim a esperança de uma nova vida
vive em mim
também por ti
irmão índio que ainda acredita
também por ti

[verso 2: brô mc’s]
sei que não é fácil levar a vida desse jeito
fazer o que? me rendo ou luto contra ao preconceito?
sou índio, sim, pobre, mas não burro
como pensa esse sujeito
daquele jeito, continua a minha sina
sabendo muito bem quem gerou a minha ruína
quinhentos e dez anos de abandono confinados em reservas
em que mal cabe nossos sonhos
pra nos o que kit índio é o papel e a caneta
rimando na batida, eu vou levando a minha letra
então aquele kit que você pensa, babaca
rindo com os amigos, uma corda e uma baca
vai achando graça, mas o papo aqui é sério
você e sua cachaça mandou muitos pro cemitério
terra sagrada pra nós é tekohá
fazendeiro ocupa, não tenho medo de falar
de lá pra cá, guerras, conflitos
chegou a hora de lutar pelo direito dos índios
ainda assim, sou perseguido
discam 190, discam, discam, discam
[refrão]
vive em mim a esperança de uma nova vida
vive em mim
também por ti
irmão índio que ainda acredita
também por ti
vive em mim a esperança de uma nova vida
vive em mim
também por ti
irmão índio que ainda acredita
também por ti

[verso 3: fase terminal]
pés descalços, sem camisa, sol a pino
shortinho rasgado, de porta em porta campainha toca
madame ignora, finge não ver o indiozinho indo embora
com a família na carroça, vindo da roça
oferece muito pouco sem apoio
plantam o que dá, colhe o que restar
levam pra trocar por um pouco de grana
milho, mandioca na oca
reza: “por que tanta miséria ao lado da cidade?”
reserva, favela, sequela que fica
desnutrição infantil, índio suicida
e os que ficam procuram uma saída, poucas alternativas
sendo alvo do desprezo da sociedade não+índia
invisíveis, perambulam pelas ruas da cidade
sentindo o preconceito e a maldade na carne
proibidos de entrar no hotel, no restaurante
o mesmo que exibe quadro de índio aos visitantes
ação repugnante, elite ignorante
se esquecem que também são ser humanos
mas mais parecem monstros
tomados pelo dinheiro, pelo poder
acham lindo o índio nos quadros, nas paredes
artefatos, diversos artesanatos
mas, de fato, tá enganando quem?
olha a criança com desdém
quando vem diz que não tem
trata como se não fosse ninguém
depois da oração, todos dizem “amém”
[refrão]
vive em mim a esperança de uma nova vida
vive em mim
também por ti
irmão índio que ainda acredita
também por ti
vive em mim a esperança de uma nova vida
vive em mim
também por ti
irmão índio que ainda acredita
também por ti



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