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c57 x rizz - círculo vermelho lyrics

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tarde vais-me ver fazer os tpc em frente às jbl
de decibel em decibel vou escalando babel
em restos de papel que vão decorando o painel
manifestos falam do quanto a vida é cruel
modestos mas honestos, vê como a pena é fiel
tantos se enganaram no tema
e pensaram que o rap era um bordel
então procuraram hotel onde meter o pastel
cronometragem na contagem de uma folha de excel
eu estou no estúdio, aqui fico de plantel no quartel
a gravar até falhar o pixel e queimar o intel
de nervos à flor da pele, o diabo que se acautele
eterno ou pelo menos até que o inferno congele
e sele um inverno sincero onde o omisso revele
quem sabe talvez o reboliço -ssim se nivele
para que o beat tenha mel e o rap um preço fixo
contam com muita compra p’ra -ssumir o compromisso

se lírica está mais furada que um queijo suíço
não é imune ao autotune, então deixem-se disso
não é fama o que eu cobiço, o exemplo não vem de cima
no princípio era o vício, agora é a guita que rima
na liga a espiga é fácil, repara se a dica irrita e cria
intriga digna de uma briga com quem a recita
o fight não me excita, nunca foi aquilo que eu quis
muitos só querem furos, bem ao estilo de egas moniz
então pondera: se o visual actual acaba, tu cais?
se gera exagera para ver qual se gaba mais
vê como te pões, antes que hábito aflija o monge
ainda acabamos a medir p’ra ver quem mija mais longe
isolamento antec-p- o processo habitual
tipo eremita que medita num instrumental
prods são como saunas, letras são m-ssagem mental
eu não escolhi, sou uma espécie de mc acidental

e o que sugiro é um retiro longe do aparelho
treinar tipo de niro, a rimar em frente ao espelho
eu vou mandar p’ra fora não é de agora, é de fedelho
sem demora, decora: moro no círculo vermelho

cedo vais-me ver na escrita a dar acesso ao processo
a tentar viver a vida, que díficil é fintar-lhe o excesso
e no regresso já não escondo e confesso:
se não encontro o meu ingresso, não me fico nem stresso
não me interesso, porque não me quantifico nem meço
não estou nisto para servir ou competir por sucesso
por isso se tropeço não lhes peço nada
talvez seja do sono, que eu começo na madrugada calada
rasgada pelo beat que dá arranque ao motor
combustível: sangue, lágrimas, suor e amor
depósito atestado, siga, fica tudo p’ra trás
por vezes é puxado, de outra forma o que é que se faz?
eu peço pouco mais que paz, talvez alguma estima
uma visão perspicaz p’ra aquilo que ela exprima
e redima porque é eficaz quando vitima
a mania que satisfaz aquele que a legitima

então resta -ssumir que o conteúdo é secundário
perder a lógica e voltar p’ra dentro do armário
cenário é livre-p-sse no jogo do numerário
sem comentário face a tão curto vocabulário
antes que se conforme: é saber como se conjuga
que enquanto a lebre dorme, a tartaruga dá de fuga
que -ssim se topa à légua a paleta da sanguessuga
a mandar pausa na caderneta de cromos do rap tuga
que não te esgotes com quem simplesmente não aprende
e abana pacotes num tema que ninguém entende
com dotes de um subsídio, a falta de nexo rende
é só pôr decotes no vídeo, porque o s-xo vende
mas para quem sente é bar aberto
sê bem-vindo ao banquete
vê só para onde disparas, pode fazer ricochete
e para o caso de alguém que não ter lido o lembrete:
o rap é a minha casa, limpem bem os pés no tapete

e o que sugiro é um retiro longe do aparelho
treinar tipo de niro, a rimar em frente ao espelho
eu vou mandar p’ra fora não é de agora, é de fedelho
sem demora, decora: moro no círculo vermelho



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