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carlos do carmo - o que sobrou de um queixume lyrics

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se não sabes o que é fado
sem ter sombra de pecado
sem traições
corações
aos baldões
e paixões de vielas
se não fazes uma ideia
desta triste melopeia
que nos alegra
e por via de regra
choramos com ela;
se não sabes como encanta
quem o ouve e quem o canta
quando se agarra
a uma guitarra
à luz do luar
fado dum fado nascido
um grito de espanto, um gemido
vem ver lisboa
como ela o entoa
e o canta a chorar

fado é amor
que sobrou d’algum queixume
que se agarrou ao ciúme
e se embrulhou no seu manto;
fado é a dor
e o meio+termo da vida:
nem esperança perdida
nem riso, nem pranto
se não sabes que a tristeza
que nos prende, e fica presa
não é mais
que os sinais
usuais
d’alguns ais sem agrado
se não sabes que a saudade
que nos abre e nos invade
só aparece
quando não se esquece
que também é fado;
se não sabes o que é esperança
que não pára, que não cansa
e é com certeza
tal como a firmeza
um rasto de fé
sonho dum sonho desfeito
o gosto dum gosto perfeito
que nos embala
mas que não se iguala
ao que o fado é

fado é amor
que sobrou d’algum queixume
que se agarrou ao ciúme
e se embrulhou no seu manto;
fado é a dor
e o meio+termo da vida:
nem esperança perdida
nem riso, nem pranto
fado é amor
que sobrou d’algum queixume
que se agarrou ao ciúme
e se embrulhou no seu manto;
fado é a dor
e o meio+termo da vida:
nem esperança perdida
nem riso, nem pranto



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