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césar oliveira e rogério melo - tango do bochincheiro lyrics

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na noite grande gaguejava um bandoneon
vim no rastro deste som, pra baila de cola atada.
no rancho velho barreado, tava fervendo o surungo
eu atei meu matungo bem debaixo da ramada.

na porta tinha uma “parda” metida a facão sem cabo
e um “negro brabo”, com fama de “revolveiro”.
do tipo que numa rusga bota fogo pelas venta
quem não agüenta não se meta a “bochincheiro”.

mas acredito no santo que me protege
não sou herege, confio em mim e nos meus
e numa adaga, bicuda, cabo de prata
que se nã mata encomenda a alma pra deus.

me toca um tango, paysano, me toca um tango
ou vai no mango ou vai no grito de “ala-pucha”,
me toca um tango, pra “mode” dança cortado
que um bochincho no meu pago é festa de gente gaúcha.

tirei a filha mais nova de um tal de “acácio”
sai firme no tangaço, apertando a “tianga” do meio
e o “negro brabo” não gostou do desaforo
me atropelo, feito um touro, e o tempo se parou feio.

detesto macho ciumento que por china se descamba
já tinha metido uns “samba” que deixei lá nas macega,
foi bem -ssim de vereda, fedeu a “água de bucho””
porque um gaúcho morre seco e não se entrega.

pala num braço e na outra mão minha adaga
por nada estraga esta reunião de caranchos
que tastaveando na escuridão se pechavam
enquanto me procuravam eu botei fogo no rancho.



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