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desnorteado – zn021 lyrics

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[refrão]
não sabe brincar, não desce pro play
depois tu não diz que eu não te avisei
que o bagulho aqui é sério, o ritmo é outro
(é a zona norte, porra)

[verso 1]
zona norte, barra pesada
é tiro na nuca, pedrada na cara
facada no peito, sem nenhum respeito
pé no portão, pistola na mão
ladeira, viela, asfalto, favela
inferno no dia-a-dia suburbano
sol na cabeça, fervendo, queimando
blitz, suborno por baixo dos panos
se liga, c-mpadi, que eu vou te dizer
pisa devagar senão você vai ver
melhor tu ficar mais acostumado
porque o proceder na minha área é pesado
sigo na rima dizendo o que eu penso
o orgulho do bairro eu sei que represento
então se liga nessa letra que fala
chega com cuidado pra não ir pra vala

[refrão]

[verso 2]
zona norte, tem que saber chegar
teu bairro é nova york, aqui é bagdá
tu vive de piscina, e eu vou de chuveirão
vem de conversinha mole, quero ver fazer na mão
olha ali vários menor já portando o fuzil
vira a cara, segue reto, ninguém sabe, ninguém viu
é sem pena, sem história que o boi não vai dormir
a polícia tá armada e teu dinheiro vai pedir
eu rabisco a parede no muro da supervia
esconde o celular que o bagulho é rataria
se ficar de bobeira na janela do busão
chega logo um cracudo tipo ninja e mete a mão
tem que tá preparado chegando na humildade
que aqui a gente é pobre mas é gente de verdade
churrasco o dia inteiro mas a vida não é fácil
vai pensando que é bagunça toma logo um esculacho

[refrão]

[verso 3]
suburbano sim, vou te dizer
eu amo o bairro que me viu crescer
sou zona norte, terceiro mundo
vivendo entre o normal e o absurdo
busão lotado, o suor na cara
o gatilho da revolta que nunca falha
trabalhador, que te sustenta
playboyzinho vagabundo, minha rotina tu num guenta
chega pra lá, que eu vou p-ssar
a sua praia eu vou conquistar
lá vem a galera, desceu do metrô
perturbando o seu sossego meu bonde chegou
457, 474
surfando no teto e o vidro derrubado
a porta do trem no maraca abriu
vai descendo cem, vai descendo mil

[refrão]

[verso 4]
cristo redentor, um ponto pequeno
virado de costas pra gente sofrendo
p-ssou pelo túnel, o clima mudou
de um lado tá fresco, do outro é calor
nosso mundo é esse, não tenta entender
não tenta julgar, sem nem conhecer
021, no cep gravado
orgulho da história, presente e p-ssado
pega tua cadeira, bota na calçada
traz outra cerveja, eu quero gelada
a tradição, a diversão
rotina de bater palma no portão
criança na rua, brincando, correndo
vida de verdade, vivemos vivendo
bolinha de gude, estala e rola
ajeita o chinelo e vamo jogar bola

[refrão]



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