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do mc - queda da bastilha lyrics

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[scratchs: skeeter]
eu trouxe alguma coisa pra falar (skeeter nos beats)
com a caneta eu faço strike (é o vale, 012)
eu trouxe alguma coisa pra falar
o rap em ação

[verso: dö mc]
sem chefe, sem trono
nem tempo pra comodismo
sem blefe de patrono
sem saco pra cinismo
aqui sou eu, os beat, minhas letra e meu ativismo
em meio crise eu sou do vale, não arrego frente ao abismo
encarregado de levar o papo sério adiante
e meu critério é trazer letras que sejam relevantes
sou sincero até demais, isso é um tanto preocupante
nesse mundo onde leões usam coleiras de barbantes
eu vim bugar a sua mente, deixo em choque os ramelão
pois sei que cês tão carente de ouvir os rap do bom
remédio certo pros errado, sem contra indicação
já que tão tomando xarope pra tentar curar a visão
vim fazer minha caneta pesar mais que uma carreta
cada linha é uma marreta na cabeça dos pipoca
os cara fica de careta, eu num vi pra arrumar treta
se pá só da a letra, é sem m-ssagem pros borroca
sem me curvar pra realeza, eu vim trocar de igual
desde a revolução francesa eu tô a esquerda do patrão
vou acabar com a sua moleza e essa mania de grandeza
já que a sua meritocracia nos exclui do seu padrão
de [?] a paulo freire ainda tem muito chão
sua economia com meus números não fecha na equação
já dizia os menó: eu canto a realidade
sua teoria lá no cpo é outro batidão
e não é paga de pá, mas tem visão e memória
e vi que da ponte pra lá existe a linha divisória
pela glória o capital age de forma predatória
talvez seja por isso que sabote as aulas de história
então, po’ voltar de ré, acabou o caô
po’ falar o que quiser, eu sou questionador
pros banzé que não entende, vocês são os professor
pra mim são tudo sacolé pagando de pet-t gâteau
caminhar sob a disputa, como o neto me ensinou
quem sabe o valor da luta não cala frente ao opressor
e cada p-sso dado é preciso demonstrar conduta
pra eles só basta um pé pra eleger um sucessor
mas po’ tentar fi’, quer testar?
não é questão de apontar, é ter ideia pra trocar
os cara gosta de gastar, mas não consegue sustentar
não lavou a louça e cobra a mãe pra por a mesa do jantar
oferta e demanda, lógica capitalista
ganha mais quem melhor inflar o ego do artista
por mais que vocês finja que não exista
tem um mundo carente que quer mais que essas foto no insta
a rua cobra, a arte cobra, é melhor ta preparado
que uma hora chega a conta desses seu papo furado
mas sua cabeça seu guia
e já que são homem criado
quem sou pra te falar o que é certo ou errado?
trago trinta e duas barra no coração da quebrada
raiz do underground pra minha poesia alada
voar com o pé no chão e manter o foco na caminhada
menos armas na cintura, pra ter mais mentes armadas
canto como cria crua das roda de free
ponto a ponto, p-sso a p-sso, registro essa daqui
tat a tat, da que eu toco
boto pra boombap, bato até os trouxa cair
então checa, nossa fonte não seca
skeeter larga o beat, eu na bic, quero ver quem nos breka
a ideia é concreta, enquanto os cara perreca
a meta é abrir mente, enquanto eles fecham biblioteca
eu não abraço essa brisa de postura narcisa
que só faz crescer divisa em quem veste a mesma camisa
máximo respeito a quem valoriza onde pisa
e não trás só o que vocês quer, mas também o que cês precisa
toma!



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