el efecto - o drama da humana manada lyrics
letra de “o drama da humana manada” com el efecto
é logo cedo quando o medo vem pra me lembrar
que é dia de trabalho!
nó na garganta o galo canta e lá vou dançar
atrás de quê? salário!
eu penso na fuga mas logo me afogo outra vez
nesse meu calvário!
levanta, sacode a carcaça que a dança não pode parar!
trabalha! dando corda nessa estúpida engrenagem
trabalha! que espreme e esgota a força que te põe de pé
trabalha! aniquilando o que é humano, o que é coragem
o que há de errado? o que será? o que que é?
trabalha! toda fachada esconde a mesma humilhação
trabalha! terra arrasada onde se arrasta a multidão
vem que tá na hora, não enrola, não demora
para não ficar de fora da fila do sacrifício
o trem vai rumo ao precipício…
estamos no vagão, somos a carga, amarga tristeza de boi
ruminando aquilo que era pra ter sido e não foi
reféns da mesma trama, o drama da humana manada
a vida é isso camarada?
começa como dádiva, mas logo vira dívida
se sobrevive a dúvida
algo segue te dizendo que você valia mais
valia mais, valia…
mas veja só que ironia!
ter a pressa de chegar onde não se queria
sempre pra lá e pra cá maldito dia a dia
o espírito no fosso, a fossa, eita vida de cão essa nossa!
malandro é o cavalo marinho que se finge de peixe pra não ter que puxar carroça…
não! pera lá… trabalha, espera, que quem trabalha prospera e quem espera sempre alcança. não desespera, depois da tempestade vem sempre a bonança. trabalha, espera e confia, pois a tua estrela ainda vai brilhar um dia!
um brinde à meritocracia!
e o banquete quem serve? o palacete quem ergue?
de quem o sangue ferve? ferve!!!
caraca moleque! segura aí que é hora de pisar no breque!
despedaçado, parcelado vai teu coração
que é uma ferida aberta!
se debatendo alucinado exposto num balcão
entre a demanda e a oferta!
quem dá mais? tanto faz, guerra é paz, liberdade é escravidão
e o trabalho liberta!
sem trauma, entrega tua alma com calma, na palma da mão do patrão
trabalho! dando corda nessa estúpida engrenagem
trabalho! que espreme e esgota a força que te põe de pé
trabalho! aniquilando o que é humano, o que é coragem
há algo errado e você sabe o que que é!
trabalho! te corroendo por dentro essa frustração
trabalho! o teu demônio patrimônio do patrão
trabalho! toda fachada esconde a mesma humilhação
terra arrasada onde se arrasta a multidão!
trabalho! e lá vou eu!
trabalho! até morrer!
trabalho! sente a vida escorrer pela palma da mão
trabalho! já que não há remédio
trabalho! ódio, nojo, tédio
terra arrasada!
caminha por entre fantasmas, com blocos de pedras nos ombros
ossadas de escravos, escombros, escombros
são séculos, ciclos na insana espiral
e o peso nas costas permanece igual!
eis que, diante de ti, ergue-se a monstruosa pirâmide… contempla, contempla errante animal
bem-vindo ao deserto do real!
até quando suportar?
sustentar essa grande mentira
pois é, a verdade é indigesta
quem sustenta essa festa é o suor da tua testa
até quando suportar?
sustentar essa grande mentira
pois é, de tudo que eu faço
não me sobra pedaço e ainda sigo no comp-sso…
haja coragem!
o fogo, ele agoniza mas não morre
aja! coragem!
se a chama se organiza o que que ocorre?
reaja! coragem!
o fogo, ele agoniza mas não morre não
haja coragem!
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