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facção central - bala perdida lyrics

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pow, pow, abafa o samba de bezerra da silva,
2 moleques desarmados dão fuga da polícia.
vão sentido ao campo onde crianças pulam corda,
vizinhos gritam meu nome, esmurram a porta.
não é normal se abalarem com traçante em vez de estrela,
vivem com a grease gun do águia mirando suas cabeças.
o que será? abri o trinco, caiu a ficha,
com um morador segurando minha filha desfalecida.
sangue pela boca, tecido de pele na blusa,
um grita é bala perdida dos gambé filho da puta.
maomé com 40 recebeu a visita de um anjo,
vem gabriel enquanto tem pulso, tá respirando.
sem doc-mento, descalço, fui atrás de socorro,
tem uma variant onde vende sabão de coco.
lembrei do couro cabeludo no gelo pro implante,
o tráfico escalpelou o nóia que depenou essa variante.
aceno pra sportage, pra hilux na avenida,
mas ninguém para pra pretinha com parada cardíaca.
ligação direta no golf estacionado,
essa é a minha unidade de suporte avançado.
hora crítica são 60 minutos após o trauma,
cada segundo perdido cai a porcentagem de ser salva.
pro repórter o rambo forja uma lurdinha,
e 2 corpos que segundo ele atiraram na minha filha.

refrão(4x)
no jardim dos morteiros,
das munições traçantes,
regam as rosas com sangue.

moradores pegam pedras, pneus pra queimar,
as portas de aço do comércio começam a baixar.
via expressa interditada, nossa ong vai protestar,
5 viação bola branca começam a queimar.
uma loja de eletrônicos não fechou foi saqueada,
subiu web cam, hand cam, phillip’s plasma.
cherokee capotada com motorista no volante,
o choque solta o rottweiler pra desfigurar manifestante.
no jornal o ancora da exclusiva,
moradores orquestrados pelo tráfico em confronto com a polícia.
chego na emergência, mó estúpida a balconista,
preciso de uma maca, primeiro faz a ficha.
cola o segurança com o cacetete é o xerife,
tá no pano que desacatar funcionário é crime.
quero ver o 331 do código penal,
sozinho esperando o buzum pro hospital.
26 bilhões pra saúde é o orçamento do ministério
e no balcão da farmácia nem dipirona e -n-lgésico.
tem 2 orifícios, entrada e saída,
a bala entrou pelo pescoço e saiu na clavícula.
suspeita de lesão de medula, vão pro raio x,
penso no gambé jogando wining eleven com seu filho feliz.
a chapa não foi esclarecedora, é preciso tomografia,
não tem tomógrafo vão transferir pro hospital das clínicas.

refrão(4x)
no jardim dos morteiros,
das munições traçantes,
regam as rosas com sangue.

tolerei enchente destruindo a geladeira,
o sofá, móveis no lixo e o carnê pra pagar.
o gato em curto circuito incendiando o compensado,
balde d’água, pro botijão não explodir meu barraco.
mas velar um caixão branco é além da compreensão,
senhor vão injetar cianureto no meu coração.
no morro vou ser nitroglicerina, defendendo o monte olimpo,
amarrar gambé no engate e acelerar enquanto vivo.
só transferem quando chegar a ambulância nessa merda,
a maioria tá parada por falta de peça.
se opera no centro cirúrgico, é infecção hospitalar,
corromperam a vigilância sanitária pra não interditar.
as funerárias mantém informante no hospital,
o parente morre e cola um como -ssistente social.
pegam na ficha o celular oferecem, caixão,
se pá o auxiliar de enfermagem que mata por comissão.
depois de 7 horas a ambulância estaciona,
gases estancam o sangue, entrou em coma.
no hc a tomografia deu fratura cervical,
da 4ª e 7ª vértebra, quase sem sinal vital.
entrou na sala de cirurgia, puta pesadelo,
rezo o terço de joelho, nem sei o que mais prometo.
o pessoal quem é o pai da baleada ae?
sou eu, pelo amor de deus o que aconteceu,
como ice berg respondeu:
– oh, sua filha não resistiu não. morreu.



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