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fausto - o ajuste de contas lyrics

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sete peças fabrico naquela oficina
sete peças ao dia moldadas por esta mão
sete peças suadas, forjadas em surdina
cem escudos cada uma grita do alto o patrão
setecentos escudos então valor das sete peças
acabadas, retiradas dos meus dedos ferrugentos
se por dia ganho cem e construo as sete peças
chego à conclusão que foram roubados seiscentos escudos claro

vendo a minha força de trabalho, eu vendo
que raiva que eu tinha, que força que eu tenho
deixo de ser o que fui por aquilo que vou sendo
e tenho um braço e outro braço companheiros e um desmonta
vamos ao ajuste de contas

este excedente de trabalho que aqui veem
que nos é roubado dia a dia na produção
sucede também lá no campo aos camponeses
trabalhando sempre mais do que lhes paga o patrão
engrossam assim seus lucros mais de mil vezes
compram depois toda aquela maquinaria
dizem isto é nosso num ar todo matreiro
quando tudo afinal nos pertence por inteiro

vendo a minha força de trabalho, eu vendo
que raiva que eu tinha, que força que eu tenho
deixo de ser o que fui por aquilo que vou sendo
e tenho um braço e outro braço companheiros e um desmonta
vamos ao ajuste de contas
e sobre nossos ombros ergueram um bastião
fortaleza antiga onde moram os chacais
ali vive o vício, o vigarista e o aldrabão
mas se cai de podre não aguenta muito mais
basta pois de choros, sofrimento, hesitação
acertemos antes o passo companheiro
assaltamos de uma vez aquela podre fortaleza
e ajustamos contas com um soco bem certeiro

e vendo a minha força de trabalho, eu vendo
que raiva que eu tinha, que força que eu tenho
deixo de ser o que fui por aquilo que vou sendo
e tenho um braço e outro braço companheiros e um desmonta
vamos ao ajuste de contas
e vamos ao ajuste de contas
vamos sim senhora ao ajuste de contas



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