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helibrown - sem medo lyrics

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[verso 1: helibrown]
até quando vai viver com esse medo, irmão?
eu sei bem, flagro bem que o mundo ta locão, jão
isso dos poros da rua emana
mas quem é o arquiteto da vida insana?
às vez pode faltar cana
mas que nunca te falte gana
porque, é mato, o fato
que tem rato nato
com plano abstrato, ligeiro no ato
exato igual jato e constato
que nos deram razão
pra forma facção igual do marcola
mas isso isola, que tamo na sola
o caminho é árduo
o hip hop deu motivo pra formar facção
igual do dum dum e do eduardo
num pais onde fazem descarte da arte
e aplaudem restart
faz parte, vivermos enquadros diários
não em quadros de arte
tenho confiança, mas não to seguro
pois levam a serio aquela expressão:
“dar tiros no escuro”
fica alerta soldado
o bang ta embaçado
já percebeu, em bancos somos notados
e em hospitais ignorados?
posso até ser louco e tal
mas se esse mundo é louco
e eu sou daqui então
minha loucura já se torna normal

[refrão: vulgo sau]
até quando vai viver aí parado moscando
se agiliza mano, a vida é uma só
até quando vai viver aí parado avistando
a vida p-ssando, sem medo e sem dó

[ponte: flow mc]
se toca sai da toca
conhecimento é troca
toca sai da toca
quer ser primeiro não mosca
se toca sai da toca
conhecimento é troca
se toca sai da toca

[verso 2: flow mc]
vai pra grupo, to de trip
queima tripa, aliado
nesse mundo, vou vivendo
pelo novo, fascinado
mas eu vou voltar
e com experiência chefe
mas eu vou voltar
e da calça caindo cash
contando história vivenciada
tem dor na glória, julgam piada
de mão beijada nada aqui tenho
isso afirmo e falo de empenho
enquanto miro o senhor do engenho
mande o seu jogo, o seu desenho
com estratégia mantenho
contra você eu resenho
um cara crachá um tempo atrás
vou me arriscar por uns reais
vi protegendo o seu patrimônio
meu semelhante você desfaz
tem que explicar pros neguim:
o por que eles não são manos
tem que explicar pros neguim:
o por que não muda á anos
seu plano p-ssa mó pano
sempre a quem vem lucrando
do trono ouro e o cromo
brilha de um cano tucano
na deixa, formei minha firma igual meu último patrão
e a queixa é ver que em cima das rima se faz cifrão

[refrão]

[outro: cena de “ó, pai, ó” (2007)]
– já suportei demais os seus caldo
suportar é a lei da minha raça, tá ligado?
agora sim, quero ver o…
só to seguindo suas leis
-você é negro, você é negro, você é negro
-você é negro, você é negro, você é negro!
– negro? eu sou negro sim, por acaso negro não tem olhos, boca
ein? negro não tem mão, não tem pau, não tem sentido, boca?
ein? não come da mesma comida? não sofre das mesmas
doenças, boca? ein?
não precisa dos mesmos remédios?
quando a gente sua, não sua o corpo tal qual o branco, boca? ein? quando vocês dão porrada na gente, a gente não sangra igual, meu irmão? ein?
quando vocês fazem graça a gente não ri?
quando quando vocês dão tiro na gente, porra, a gente não morre também?
pois se a gente é igual em tudo, também nisso vamo ser, caralho!



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