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joca martins - último bochincho lyrics

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a de oito baixos roncava e o candeeiro estremecia
nem o tinhoso sabia do beleléu que se armava
a cordeona resmungava e parou de sopetão
quando levei um carão da china que eu negaciava

levantou cinza com poeira quando cortei a cordeona
bem pelo meio a chorona no correr da carneadeira
parou de repente a zoeira e ficou só o ar fumacento
e o meu arrependimento pra durar a vida inteira

cortar uma gaita em duas só por capricho! um pecado!
o velho órgão sagrado das nossas missas charruas
quantas pragas de chiruas com desaforos malucos
e relampear de trabucos, tinir de adagas e puas

pra descrever o brinquedo, isso não é bem -ssim
no bárbaro retintim onde não vale segredo
ali o índio que tem medo nem que não queira se entangüe
sentindo cheiro de sangue e o choro do chinaredo

pra quem não viu ficou vendo o resultado do talho
como quem corta um baralho num jogo que está perdendo
foi como um chiado fervendo num olheiro de formiga
quem não tem nada com a briga peleia se defendendo

senti na testa um chispaço que pegou de refilão
um estouro de facão quase me troncheia um braço
mas alarguei meu espaço de costas contra a parede
um pardo veio com sede “lo desguampei de um planaço”

num medonho solavando perdeu pé a bugra raimunda
larguei um pardo cacunda e outro meio lonanco
o gaiteiro atrás de um banco benzido a moda gaúcha
contra bala de garrucha e folha de ferro branco

depois de tudo acabado isso foi lá pelas tantas
lombos cortados, gargantas e bugre descaderado
sangue fresco misturado com gordura de cendeeiro
mas saiu limpo o gaiteiro, o tocador é sagrado

quando veio o comissário pra resolver os -ssuntos
pra encomendar os defuntos veio também o vigário
ainda hoje o vizindário quando lembra se arrepia
nunca mais desde esse dia festejei aniversário

e a china? não sei da china, pra onde foi nem de onde veio
lambe sal nalgum rodeio da pampa continentina
cortando talvez a crina nas minguantes de setembro
por castigo ainda me lembro daquela maula brasina!



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