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luiz marenco - estrelas de chão lyrics

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o chuvisqueiro da tarde, se foi virando aguaceiro
entrou a noite encardida, nas nuvens de pêlo osco
galopeadita garoa, encharca o poncho campeiro
pingam águas de sombreiros, nestes mangaços de agosto

a solidão toma conta, e aperta a chuva guasqueada
para alumbrar madrugadas, nenhuma nesga de lua
não se vê uma estrela nua, vir se enfeitar nas aguadas
meu pingo fareja estrada, jogo o freio e as cordas cruas

e então tu surge solita, como a flor do pajonal
como uma estrela bagual que é ninho, pão e candeeiro
e o meu gateado -ssustado, que facilita e se nega
nem faz causo das macegas, só pra bombear teu luzeiro

apressa o trote o cavalo, com ganas de galopear
não há como sofrenar o queixos de um coração
o amarguear do galpão, já sinto adoçando a alma
e a tormenta só se acalma junto as estrelas de chão

amanhã se o vento muda, se vão as nuvens a lo léu
voltam as estrelas do céu clareando p-ssos e ranchos
mas tu que embaixo das quinchas vistes crescer as melenas
segue templando morena, a raça bugra dos campos



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