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mc cabelinho - reflexo lyrics

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[letra de “reflexo” com mc cabelinho & bk’]

[intro: bk’]
bk’, cabelinho, bloco 7
é o rap, é o funk
ainda, ha
passa nada e nem pode
muita fé, meu mano
vamo’ que vamo’
piei, ainda

[verso 1: mc cabelinho]
minha nossa senhora, essa madrugada nem deu pra dormir (nem deu pra dormir)
o barulho do águia sobrevoando me fez despertar (me fez despertar)
passou no jornal a polícia invadindo e claro que eu ouvi (claro que eu ouvi)
a troca de tiro impede outra vez do meu filho estudar
quem te enganou que o favelado tá seguro dentro da sua própria casa?
quem me garante que uma bala perdida, na hora do tiroteio, nunca vai me achar?
é por isso que o governo brasileiro, na visão do favelado, é uma piada (do favelado, é uma piada)
tanto sonho interrompido, mais um coração partido, eles fizeram muita mãe chorar
des+trava (destrava), deixa na agulha, kalashinikov
re+para (repara), o caveirão e a barca da choque
eles trazendo o cheiro da morte (o cheiro da morte)
virou rotina esse corre+corre (o corre+corre)
e, nessa hora, o morador que sofre (sofre)
deixo avisado que eu não acredito que exista um conto de fada (não+não)
autoridade que era pra me proteger sobe o morro e me mata
luto e luta das balas achada’ (das balas achada’)
e o arrombado de terno e gravata (de terno e gravata)
que autoriza essa guerra na minha favela enquanto outra bala se acha
[refrão: mc cabelinho]
essa é minha realidade
é o reflexo que nós passa’ no morro (que nós passa’ no morro)
é bonita a paisagem
mas é feio como tratam meu povo (como tratam meu povo)
essa é minha realidade
é o reflexo que nós passa’ no morro
é bonita a paisagem
mas é feio como tratam meu povo

[verso 2: bk’]
bk’, ei
quanto dos nosso’ ainda vai morrer pra essa guerra se acabar?
quantos joão pedros e agatha na mira dos medos e hk?
quanto mais tempo eu vou dizer e você vai fingir não me escutar?
é melhor aprender a não fazer pois estou aprendendo a me vingar
até onde vidas negras importam, palcos, quadras ou nos seus fetiches?
ou empregadas em brt e vans lotadas e madame mandada mata de covid
até onde vidas negras importam, hashtag que as blogueiras racistas postam
eu vou de ademar luquinhas, santiago raul, luyara, esse tipo de influência e resistência, propósito
se não entende o que eu falo só imagina se isso fosse ao contrário:
sua vizinha com o filho morto nos braços, que deixou mais um recém nascido e isso com 18 mal completados
eu quero ver bocas sorrindo, mentes se abrindo, algemas caindo
pra que a mãe não chore mais pelo filho, é por isso que eu rimo, fé

[refrão: mc cabelinho, mc cabelinho & bk’]
essa é minha realidade
é o reflexo que nós passa’ no morro (que nós passa’ no morro)
é bonita a paisagem
mas é feio como tratam meu povo (como tratam meu povo) (fé, fé)
essa é minha realidade
é o reflexo que nós passa’ no morro
é bonita a paisagem
mas é feio como tratam meu povo



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