nunca mates o mandarim - domingo lyrics
num domingo, num começo
numa praia abandonada
por quem dela só retira o que deseja
e não devolve quase nada
eras tu numa toalha. nua
com a tua pele salgada
de um sal que era só meu
mas a pegada foi lavada
por um mar de teimas, ambições
suspiros, rabanadas
porque a posse é passageira
e “porque eu posso” não vale nada
num comboio que já partiu
em dois
em três
em quatro
em nada
porque a tua ia a duzentos
mas a minha ia atrasada
vendo
um peso nos ombros
com vista de mar
para os escombros
do que eu não cheguei a ser
e compro
um peso na alma
à beira do rio
zona calma
de onde sе possa ver
um passado risonho
um futuro distante
onde еstás comigo
um domingo tristonho
um presente
que era mesmo o que eu queria
sinto
que a sorte sorria
mas, ou estava cego
ou não queria
ter a lucidez
tentava ser ornato
mas sem dom para decorar
armado em abrunhosa
mas sem fruta no pomar
o que eu não dei, tu não dás
um passo à frente, vinte atrás
fiquei para trás
ficou para trás
um futuro risonho
um passado distante
onde estás comigo
um domingo tristonho
um presente
que era mesmo o que eu queria
um passado risonho
um futuro distante
onde estás comigo
um domingo tristonho
um presente
que era mesmo
mas
não é natal todos os dias
e mesmo que fosse eram só meias
quando o teu todo era o que eu tinha
num domingo
fiz asneira
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