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oddish - cíclico lyrics

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eles dizem que a dor é cíclica
vozes cínicas fazem cálculos
são sussurros de vozes íntimas
e elas fingem que são oráculos

na verdade são obstáculos
me levando pra guerras ínfimas
e o meu cérebro pede químicas
as garrafas são tabernáculos

a f+gulha do isqueiro é vívida
a pupila gigante é nítida
minha mina tá puta, ríspida
meu afeto não vem, é dívida

eu me sinto tão alto, cósmico
mas me sinto tão baixo, tóxico
porque tudo parece utópico
eu pedi por socorro em códigos

se eu cuspir, minha saliva é bélica
linhas tortas, versada itálica
me pediram uma volta épica
alma morta e pele metálica

mais um filho da sul+américa
um calhorda de boca pálida
ouço gritos, vozes histéricas
luzes lentas e sombras rápidas
sou descrente mas eu sou tão bíblico
ódio sísmico e fé pouco sóbria
eu fui alto demais pelo mínimo
despenquei me sentindo sokovia

é pecado, um teste ou é benção?
acho que é mais do que vocês pensam
não repare o sangue na parede
meu demônio acordou com sede

tô sozinho nessa porra já tem quanto tempo?
bagreloco agora é magma no encanamento
eu tô bêbado e degraus me mandou mais um beat
esse filho da puta vai pro meu testamento

os últimos cinco anos foram uma desgraça
terminei 2019 depressivo
eu falava em me matar e cês achavam graça
cada noite sem querer beber era um alívio

eu vi gente que eu amava, desaparecendo
gente que eu nem conhecia, me tirar do poço
gente que eu nem ia com a cara, limpando meu sangue
e quem me botou no mundo, desprezar o esforço

tudo me levou pra porra de um isolamento
onde eu simplesmente desapareci do mundo
o meu mundo agora era o meu apartamento
pareciam ter 200 anos 1 segundo
(refrão)

cíclico…

(verso 2)

não fui no enterro da mãe do meu melhor amigo
nem fui ver nascer o filho da minha melhor amiga
eu vi cada vez mais longe o sonho que eu persigo
virei um filho da puta que adorava briga

dirigindo embriagado em outra madrugada
acordando com mina que eu nunca vi na vida
já me vi dopado ao ponto de esquecer meu nome
já vi me vi quebrado ao ponto de só ver descida

sobras e cobras… olhos atentos às nossas man0bras
bordas e dobras… pântanos que só meu ódio desdobra
whisky barato… lombra sem grife é só um sedativo
nossos sapatos… disfarçam passos e olhares furtivos…

lendas urbanas fudidas, isqueiros fracos
riso, bebida e tabaco
gozo e verdades falidas, anjos opacos
dançando valsa nos cacos
tango na chuva, vingança, vodka e v+lv+
jazz onde o pecado groova…
diz o que esperar da curva
onde até as águias tem a visão turva

e o meu terapeuta me dizendo alguma coisa bem genérica
que eu posso resumir dizendo “calma, man…você sabe que tudo isso é cíclico, vai passar, vai curar, vai cicatrizar, você sabe bem…
todas essas coisas acontecem pra que a gente fique pleno, fique forte e saiba o bom de se valorizar…”

volta pra 2009 e explica isso pra ++++++++ enquanto tava bêbada dizendo que ia me esfaquear

estrelas mortas, luzes se beijam nas rotas
gotas na língua são portas…
céu é moldura que não me comporta
eu amo se a sombra me corta

gelo e f+gulha, o corpo na chuva de agulhas
culpa que um deus se orgulha…
o soco de dentro pra fora da bolha
a solidão por escolha

(refrão)

cíclico…



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