prese - linhagens lyrics
[sahlim]
bença mãe
bença pai
modupé orixá, agô
agô
atotô
laroyê
linhagem bantu, ketu, nagô
de exu a obatalá
proteção no caminhar (ham)
corpos apaixonados sem expressão de humanidade
caminham nas vielas
à espreita do medo
eu peço apenas proteção
meu santo não usa sniper
mas me envolve onde olhares beatos não enxergam
meus sentimentos e meus lamentos
amigos, fugas e relento
o processo é lento
pavimentando na selva a еstrada
caminho largo e complicado
eu sei que dói pra andar dе cabeça erguida
quando a merda se alastra
e você não encontra saída
mas é o brasil
no rio de são sebastião e jorge
a bala canta muito
e os bem ti vi são x9 de assalto
o tenso marca passo não anda de salto scarpan
então a cada esquina derramo meu pedido
proteção aos corpos sensíveis e vuneráveis
oração ao correria
linhagem, mucambo
sobrevivendo ao banzo, nego
esse é meu canto de liberdade
asė
[saú]
depois da maré salgada
levantei minhas velas
senti o ar soprar
afastando minhas sequelas
na tela esperança e caos
o que é normal me assusta
se afasta do real
o que posso tocar
sentir meu coração pulsar
”só o prese pra relaxar”
ideia que se concretiza
a cada passo
prese
fraternidade
amizade
arte
geral fazendo din
pondo sua mão pra cima
abra sua mente
abra seus olhos
a verdade nunca te deixou livre
vai buscar
sem ficha o que eu fiz
sem apostas em mim
só negativas
vias espremidas e escadarias
barraco de madeira
foi o que eu tinha pra tocar
o sonho me colocava longe de lá
mas tinha que me orgulhar
o brilho nos olhos ao enxergar meu lar
eu não me canso de falar
eu vim do barro
de sepetiba
conhecido de geral na praia dona luiza
brisa
segue em frente
contra a corrente, contra+corrente
enchendo minha conta corrente
pensamento mais pra frente
leitura e fé
ame mais os seus
numa luta contra o tirano
que pode ser eu
no caminho do bem
ouvindo jorge ben
horas parado no trem
em movimento pra algum lugar
ralar, suar
o mundo diferente da ponte pra lá
[ark]
(caralho, fudeu…)
6 horas da manhã e já tô tonteado
na saída da favela já rola enquadro
rolé pela cidade no busão lotado
(perai piloto, vai descer)
amontoado de corpos amarrotados
frustrações diárias, acendo mais um cigarro
lembro dos menó da minha área
botando a vida em risco
em troca de respeito
correndo contra o tempo
favelado nasce na beira do abismo
treinado desde cedo a estar sempre atento
porque aqui nós vive na rota do tiro
o ódio acumulado é só mais um elemento
pra quem vive com saldo negativo
se esquivando pra não virar mais um corpo estirado ou um detento
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