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rap box - cordel marginal 2 lyrics

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parte 1 (prod. sativo beats)

[verso 1: j-pa]
escuridão perpetua, somos as luzes do farol
mc’s em tempos de pipa e as linhas cheias de cerol
cada traço, bem lapidado, -ssim que ela me oferece
inspiração sempre bem vinda, tratada como merece
me joguei no conhecimento, desbravando a sete mares
vocês são the walking dead, eu sou zumbi dos palmares
construindo reinado, sem precisar ser rei
superando expectativas e olha que eu nem comecei
sigo firme, sem desvio de conduta
papagaio fala e a firma executa
se doeu por quê? então veste a carapuça
do código no páreo no auge dessa disputa
versos vírus, espalha e contamina
acompanhado de fortes doses de adrenalina
comandando a quadra, seguimos a rotina
pernambuco no jogo, comparado a obra divina

[verso 2: fumaça]
eu vou tentar ser otimista, deus ofusque essa cobiça
me afogo dentro de um copo pra não fazer carnificina
sozinho tô pelas esquinas, uns relato escrito a tinta
me esquivando das bad da vida, lapidando obras-primas
aprendiz desde menor, me contento com o que se pode
num país onde herança vira sentença de morte
descendente de quebrada, num ligo pra quem atrasa
e se hoje te vejo de um prédio é porque a coroa venceu a batalha
e quem és tu pra comentar? nunca fosse exemplo de nada
e quer vir abrir a boca pra falar das minhas mancadas
pode explanar o que quiser, não sou de explanar nada
e o que vivo eu que sei, não são só histórias contadas
hip-hop joia rara, ansiamos liricismo
quem trabalha vai pro topo e quem fingiu vai pro abismo
rodeado de delírios, mil e um motivos
tentação que leva o erro, costume que vira vício

[verso 3: john]
madrugada é mil fita, inspiração me faz visita
na falta filantropia, humanos com anomalia
amor tá pior que dinheiro, eu esperando o mês inteiro
igual meu pai só vejo esboço, e uma foto aqui no bolso
com a corda no pescoço não viu crescer o teu garoto
então já que me deram corda, eu vim fazer cordel discórdia
barreiras vão colidir, e nada vai me inibir
pode crê sem histeria, escrevo história todo dia
sem temer a fotalgia, bem maior minha luz guia
nesse mundo dissimétrico, e nada nunca foi certo
o amanhã não dá notícia, se vem, se fica na brisa
tenho meus princípios ativos, nada é interceptivo
vão fazer até plebiscito pra tentar calar meu grito
não é papo demasiado, muito menos equivocado
não me limito a espaços, referência no cordel: elias alves de carvalho

[verso 4: lucas sang]
é que o sono não bate, o domo arranhou um triz
tesa na estante: retrato do país
capacidade maligna, elevada ao cubo
errou se achou que o que tá na tela é resposta pra tudo
quem leva essa? rússia, china, u.s.a?
do you want to die? the game play!
racismo reverso ainda é -ssunto no brasil
fogo no pavio, é tipo isis, nunca existiu
então vai, vai, vai que tá bom
rimo no mic e sai som; no ringue: mike tyson
somos a ponte, fonte, cina
rimando no baixo, prova que tamo por cima
né não, prk? o jogo é nós que polui
só não comparo os verme ao câncer porque o câncer evolui
só sei que nada sei
avistei o fernando holiday e um rolê dei
alguns -ssumem sua origem, outros forjam essa origem
vim descabaçar os ouvidos virgens
sou intocável e desfavorecido tipo dalit
cérebros rasos não me atingem
eu tô mais chato do que estômago com azia
estoque de rima elevado, nunca esvazia
o corre é sem diploma, matando uma selva por dia
você está sendo filmado hoje, então sorria

parte 2 (prod. da$h)

[verso 1: paulista gus]
trago a solução, se for preciso eu sou o problema
sou frio da madrugada e eu sigo no mesmo esquema
ansiedade no trago, trago mais um time
o amor é doce, o mundo tá de regime
essa é pelos meus manos que estão na cela
não vou soltar minha oportunidade
e essa é por muitas mães que acenderam a vela
antes de morrer quero viver da minha arte
meu clã tá no campo, viemos pra bagunçar
hoje nem o dono da bola nessa porra vai jogar
cantar meu rap na tv não vai mudar minha essência
minha essência vai mudar o local
pra não se afogar em mar de lágrimas minha alma rema
pra ver a realidade só tem cego mental
cada linha soco divino, nordeste chão sagrado
garanhuns lugar que lampião sentiu frio pra caralho
tô cansado de ser confundido pelos polícia aqui
tô bem longe do asfalto, tomando de -ssalto
minha quebra me fez mc
eu quero o melhor pra família, porra, e também pra geral
a caminhada vai ser longa e talvez eu perca o foco
o game é uma fraude, eu já subi e desci degrau
fotos não revelam fatos, talvez fatos entrem em fotos

[verso 2: rimocrata]
eu sou deserto
chique-chique mata a fome
cl!ck-clack mata os homi
que seguem pra noite, zombie
se falta quem nos leve
nós se junta e freta a kombi
nós leva a treta até onde
o amor falar que pode
eu sou saara
caminhando na seara
buscando o manancial
que é pra nutrir a nova safra
nesse saco de ráfia
eu trago longevidade
são um milhão de rimas
que só te mostram verdades
eu me lembro de sl!ck rick
agradeço a pete rock
na terra do mangue beat
nós brinca de popping locking
caranguejos em choque
modulando acordes
essência punk rock
nossa história em cada scratch
aqui não há fabulas
quem vai lento se perde
ratos fazem ponte aérea
e saem pra caçar as lebres
se tiver na fita, celebre
se quiser entrar, espere
se tiver nesse universo
lute pra que ele não quebre

[verso 3: ff]
tô escalado no cordel, minhas letras vêm pegando fogo
pra deixar os cara encantado, tesla reencarnado
nordeste o suco é sujo e vocês não dão nem um caldo
somos vilão na trama e essa aqui eu fiz na hora
caneta é um caldo de cana, fudendo com essa cena
é lógico, eu sou bom de cama, e nesse beat eu deito fácil
cês jogam modo hit, nós zeramos modo clássico
ligeiro e sempre calmo, calculo as emoções
em meio de emocionado, produzo destilados
isso aqui é só uma dose pra eu deixar vocês chapado
hip hop é nosso karma e seremos o seu fardo
consuma o que eu produzo e viverás embriagado
nordeste o papo é reto, nós não vai mandar recado
tô firmando os pés
não abraçamos igrejas, mas fechamos com fiéis
não tenta que é revés
raiz do mangue beat, hoje eu me encontro a mil pés
raiz do mangue beat, só fechamos com fiéis
só fechamos com fiéis

[verso 4: horus]
prisioneiros das cavernas quebrem as correntes
silhuetas nem sempre condiz, entende?
os cegos me condena tipo os cidadãos de atena
fuja das algemas que prendem sua mente
jardim com pragas, vomito borboletas mortas
saltos ornamentais de peixes que não se conformam
em viver no aquário
dominar o universo pra nós é um plano raso
nilista tal rick, realidade em crise
acho que tá no repeat
luzes red e blue, iluminam a city
pílulas vermelha ou azul? flow matrix
a farinha no prato, nas mãos a gilete e o queijo
só conhecia o bueiro, hoje a toca do coelho
admirável chip novo, somos o erro
mas nesse caso é o acerto
corrupção de arquivo, versos comprimido
muita informação para os ouvidos
descomprima e entenda, mas é sem volta
flow cavalo de troia, esse é o vírus
anti-arte, erro da matrix
anti-arte, slm city
anti-arte é mais que verso e beat
anti-arte, não entende, não palpite, me evite
as merda do sistema fez uma terra fértil
fazemos florecer no concreto ou no deserto
que merda, nas street, várias fitas
alô sant, também só falei merda, reclame com o paulista
eles esperavam egotrip no meus versos, mano
mas tava ganhando tempo me decifrando
vários planos insanos, causando danos
talvez melhor não seguir o coelho branco



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