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thiago elniño - o livro da selva lyrics

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[letra de “o livro da selva” com thiago elniño & daiana damião]

[refrão: daiana damião]
eles combinaram de nos matar
mas nós combinamos de não morrer
se eles querem guerra, terror nenhum
só que o nosso povo não vai correr
mesmo que o tempo possa fechar
independente do que possa acontecer
nosso povo nunca vai se entregar
nós só acreditamos em vencer

[verso 1: thiago elniño]
desacredita não, pretin’
que tua falta de fé é a melhor arma que eles têm
pra invadir tua cabeça, irmão
e do pior de si, eles te fazerem refém
quando ideias tortas vêm e vão
às vezes é bom recuar
voltar para sua família
e tentar se conectar com o que você é
ouvir histórias do p-ssado vindas da boca de quem p-ssou
pelo que você tem p-ssado e o brilho no olhar não se apagou
chame as crianças pra brincar
e veja que no que tu ensina a elas
consiste o ato de se eternizar
feito um palhaço de folia
eu sigo dando vida ao amanhã
conduzindo a alma pra celebrações
onde a poesia é anfitriã
templo de malditos e abandonados
rituais pagãos, culto marginal
escola de excluídos e mal-amados
fonte de dignidade ancestral
o encontro de um jesus cristo preto
em aruanda às voltas com oxalá
rindo de toda cafonice
de quem pinta de branca iemanjá
mão forte que de longe nos observa
eu peço tua benção pra rimar
em nome de cada irmãozinho preto
que na travessia ficou pelo mar

[refrão: daiana damião]
eles combinaram de nos matar
mas nós combinamos de não morrer
se eles querem guerra, terror nenhum
só que o nosso povo não vai correr
mesmo que o tempo possa fechar
independente do que possa acontecer
nosso povo nunca vai se entregar
nós só acreditamos em vencer

[verso 2: thiago elniño]
nosso povo canta e dança à noite
pra poder tá mais forte de dia
por mais que nossa vida seja dura
nosso tambor pulsa
trazendo mais suíngue à melodia
ao caos que se faz presente agora
tu pensa no futuro e quase chora
anos duram minutos, segundos duram horas
e a gente só se fode a cada nascer da aurora
eu já tô farto de ter que aguentar
‘cês tentarem me calar
se tentarem me calar
‘cês vão ter que aguentar
eu querendo o sangue de vocês na mão
bebendo gota por gota pra lembrar de cada irmão
que daqui se foi antes dos 30
com vocês dizendo: “já foi tarde”
é o mínimo que se pode esperar
de uma gente acostumada a ser tão covarde
por isso eu digo, não se espera nada
de quem quer que tu atravesse um oceano de desgraça a nado
povo inútil, povo desgraçado
depois vem vender boia como se não houvesse nada errado
a existência de vocês é um erro
se for ao vivo, eu te pergunto quantos pretos que tem na plateia
se for menos que brancos, então tá errado
ei, lobinhos, eis aqui o shere khan diante a alcateia
e jesus cristo não é o mogli de vocês
‘cês esperam um salvador e eu tô indo pra salvador
empretecer o resto do país, de lá
até ‘cês pintarem de preto a cor do cristo redentor
eis-me aqui, eu sou um filho de kemet
descendente de um povo que nunca cai
então entenda que definitivamente
quem nasceu pra baobá não aceita ser tratado igual bonsai

[refrão: daiana damião]
eles combinaram de nos matar
mas nós combinamos de não morrer
se eles querem guerra, terror nenhum
só que o nosso povo não vai correr
mesmo que o tempo possa fechar
independente do que possa acontecer
nosso povo nunca vai se entregar
nós só acreditamos em vencer



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