triburbana035 - além da matéria lyrics
[verso 1: mesckaloid]
e eu vivo questionando o que sou, onde estou e o que deveria ser
coração me guia pra onde eu vou, não acontecia porque eu só queria ter
o motivo princ-p-l e pelo amor
minha caneta já cantava quando eu nem podia crer
que o rap do escuro me tirou
e que esse mesmo escuro me faria ver
além dessa matéria
já que a vida é uma prova
magia velha na música nova
poesia renova, poesia renova
cada música comprova que eu não morrerei na cova
fortifico a cada tombo
intensifico cada combo
eles têm peso no ombro
nóis tem peso na caneta
preso no planeta
diretamente do escombro
sempre aceso não me -ssombro
a coisa sempre teve preta
liga pro n-gg-, convoca o lion, invoca o street
que nóis manda a letra
só king kong defendendo zion
o zadig com o bong segura essa marreta
a banca embarca na barca arcaica
silábica hebraica, mística laica
amor e raiva se a vida tá farta
e a morte que marca o tempo na ampulheta
prefiro uma verdade amarga do que uma doce mentira
em cada verso, um universo conspira
o mundo gira, a vida dá
o mundo e ira e a vida tira
as coisas simplesmente são e normalmente
elas simplesmente vão sente a oração realmente tão testando
sua mente pra roubar a pureza do seu coração
entro no verso universo à dentro
se o som é o inverso do seu pensamento
lamento, só rimo sobre sentimento
quem vem do cinzento, não joga palavras ao vento
ao infinito em cada momento
me sinto mais forte após o rendimento
e de novo encontro com o questionamento
agradecendo cada ensinamento
treinamento pesado me fez sentir leve
só leve a verdade no que tu escreve
que a vida sempre cobra o que deve
aproveite o máximo e seja breve
[ponte: mesckaloid]
nunca, irmão, jamais
nunca desista do teu sonho
muitos te impedirão de sonhar
por saber que o simples fato de quem não sonha, não merece acordar
[verso 2: bongc35]
nós é o topo da serra, revolução de 32
somos filhos da guerra, e a resistência não se foi
da terra que chora esperança ao som que a alma compôs
eu me propus a dar meu sangue ao que meu coração propôs
e somos contaminados com seus fatos de ficção
alienação da m-ssa, desgraça se alastra
rapidão vão todos se afundar na mesma embarcação
são muitos pra salvar e poucos pra -ssumir a missão de marujo
eu tô preso à tudo, mesmo levitando
eu me busco, eu me encontro, eu fujo, eu desando
eu caí várias vezes, mas tô caminhando
enquanto jah guiar, vou estar iluminando
pois sua arrogância tá nos maltratando
e esse seu rancor, despertou a ira do seu próprio anjo
o coração sangra os versos que compomos juntos
e isso é forte o suficiente pra me manter à frente de tudo
e se você não entende minha mente, não se importe muito
é que ninguém entende mesmo, os loucos soltos pelo mundo
e sei tão pouco, tão pouco
por isso que me pergunto:
“por quê que temos a sabedoria pra tão pouco uso?”
eu vi que nem toda dor cicatriza, muitas virão no futuro
e você ainda generaliza o sentimento ódio, expurgo
se tu fala, eu retruco, foi da nossa senzala que veio seu lucro
e meu doce canto da agonia, de canto chora suas mágoas
o tempo que eu tinha pra tu
eu gastei num buteco bebendo cachaça
a mente embraza
eu precisava fugir da realidade
é que o tempo que sobra do sonho, desgasta demais a espiritualidade
mas eu relembro do sentimento único em cada batida
desce outro beat e a responsa do mic
que hoje eu vou trincar de vida
hoje eu vou trinca de vida
[verso 3: zadig]
se tu acha pouco, faça, mano, pega e faça
num é postura, sim a pura face a face com a raça
mesmo tempo que não existe
é aquele que te diz que ele p-ssa, parça, sempre p-ssa
cuidado com o alpiste oferecido como convite na praça
já me vi esquecido daquilo que me caça
mas ainda atingido pelo que me abraça
movido pelos meus motivos que me basta
vida dura, dura vinda dança infinita além da casca
sentimentos, alimento, pensamento, mecanismo no silêncio
minha voz e nós, um instrumento vivo
argumento, precioso sacramento
amadurecimento vem no momento preciso
do tormento, um livro
no cinzento, esquivo
sei do que preciso, ainda acorrentado
vendo o mundo fudido, vários irmão perdido
o amor censurado, o s-xo comprado
o calor vendido, a dor imensurável, a palidez do vago
o homem corrompido, o bem esquecido, o ouro roubado
o couro extraído, o choro derramado
tesouro escondido, afetos ressequidos
restos oferecidos, o acesso negado
escuto o chamado, escuto o chamado
da terra esquecida, na guerra e na batida, na luta
não me verás parado nem me terás vendado
essa porra é minha vida, e que se foda o mercado
corre pelo que ama, corra pelo teu sonho
não viva sem ter sentido e não morra sem ter amado
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