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verbo pesado - quem tava lá?! parte iii lyrics

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[verso 1]
por aqui os vovô, se é que me entende
vivo, veterano, tamo no pente
vamo dá um fim em toda merda maquiada
tá faltando rap de estrada
dias, minutos, frações de segundos ficaram na história
nós sabemos quem eles são
velha escola, união, boladão na missão
rap real, sem contradição
n.w.a., p-ssado, presente, futuro
brasil, racionais, resumiu tudo
a revolução nunca acaba
tv ilude a m-ssa
mas tamo na vigília, chapa
verbo pesado de volta na praça
faz favor, seus modinha, vaza
conteúdo? que se foda, vocês querem tirar onda
pagar de gatinho? uma ova, uma porra
quem tava lá? sindicato negro
quem tava lá no asa de pinheiros?
quem tava lá no clube patropi?
ah, cês quer me iludir
um brinde aos verdadeiros, que fizeram história
salve, salve, jr blow, e que tá na memória (paz)
quem tem boca, canta o que quiser
mas, na moral, cês tem que dar ré

[interlúdio: tum]
e aí, tum, eternamente visão de rua
novembro de 97, eu, dina di, o.g
primeiro hip hop zumbi festival
lá no campo de marte, em santana
eu tava lá

[verso 2: verbo pesado]
quem tava lá?
desde 2010, o novo ensino velho, se inverteram os papéis
“respeitar a hierarquia: pra que? por quê?
tenho milhões de curtidas, bem mais que você” (bréa)
foda-se sua carreira virtual
aqui é verbo pesado e não pagamos pau
nos respeite, moleque, cheio de querer ser
a banca tá formada, vai pagar pra ver?
quem tava lá quando o bicho pegou?
quem tava lá quando a polícia embaçou?
quem tava lá gravando em deck de rolo?
quem tava lá quando o rap tava no sufoco?
era mais puro e também mais verdadeiro
hoje qualquer um rima merda e ganha dinheiro
parceiro, vou falar um barato:
tem alguns moleques que encararam a causa de fato
e o resultado: grupos com conteúdo, sem papo chato
a brincadeira acabou pra vocês
o mc paraquedas só saltou uma vez
o rap sempre será piquenique pra você
respeite a história e faça por merecer

[interlúdio: ndee naldinho]
e aí, ndee naldinho falando
festa de lançamento da coletânea o som das ruas em 1988 no clube da cidade
é nóis, e eu tava lá

[ponte: ndee naldinho]
p-ssamos por várias esquinas, hã, várias neblinas
aí, moleque, cata a fila
colo com um mano dos anos 90 que ainda usa raiders antigo
aí, wgi, seja bem-vindo

[verso 3: wgi]
escuta aqui, bebê, o espaço aqui foi ganhando com suor de sangue
não é o playground que você imagina ver
tá achando que a estrada é a gozolândia?
senta aqui, o dinossauro vai conversar com você
você acha que a jaqueta, o carrão, o cordão
vai levar pro túmulo quando chegar sua hora, cuzão?
não tava lá quando o dono do bar me batia a porta na cara
nem chegou e já tá vacilando no começo da caminhada
as costa nesse procedimento tá fria, ingrisia
não tá sendo digno de rima contra mina
tá vendo aí? tem que aprender pra não ser humilhado
chega devagar porque é de traçante e kamikaze formado
não tava lá quando a cara era posta, correndo risco de vida
não existia quando os tiros vinham dos maldosos polícias
não tava lá, nóis tava lá nas primeiras conquistas
não pode tá qui, agindo com patifaria
maloqueiro, só monstro
(diz, ahã, diz, ahã)
amor aqui ao nordeste, fechadão rio de janeiro
nas vozes do sudeste, suas palavras
os peso, os morteiro
não preciso quebrar suas clavículas
se matou com as próprias palavras
não fazemos parte de video game
da gíria de df, respeite as cara
a você, filho, volte de onde veio
comece tudo de novo
abrindo a oportunidade novamente no ritmo do morro
seu playstation bugou
wgi, w-yo, nill
veja o que fala, senão vai ser pela dor
aqui não é u.s.a., que você fantasia
aqui é o br, pondo ponto final
mixaria, espero que não se arrependa
rap não é campeonato
uma bamba na mão, saindo de cena
uh, monstro (embaçado)

[outro: def yuri]
def yuri, rio de janeiro
parece que foi ontem, quando, junto com amigos, entrei no metrô na estação saens peña
todo mundo de agasalho, uns carregavam rádio, outros carregavam papelões
pareciam que todos aqueles que respiravam hip hop no rio de janeiro se encontravam ali naquele momento
break mania, mechanic man, break storm, e tantos outros
lembro que, quando chegamos na central do brasil, abrimos o papelão e de cara uns rapa já começavam a bater palma, outros já começavam a dançar
o som do rádio ecoava pela estação e o rodão tava formado
um rodão sem igual, inesquecível
o ano? 1983, eu estava lá



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