vinícius terra - pra lusofonia lyrics
eu também sinto saudade, cesária! era eva, évora, outras veras
veredas, varais
e ouvirás em fim de cada boa malha, uma nova menina, enfim, amália
aos olivais que conduzem à fátima traduz talvez lástima, casta
e à tasca, pra sentimentos privados, que venham emoções públicas
sete saias, maré, mares a nazaré!
naus, e algumas caravelas
paus, de outras primas matérias
porque ser não é estar quando
o emotivo exprime em ti, o que o sentimental reprime em si
imprime também tal herança, a dobrar cada cabo, esperança
p-ssado tormenta
presente esperança
bonança do tempo
verbo, lembrança
e mais além da marrabenta há quem diga, a leste, o timor!
há respeito, mas não mais temor, adamastor!
arrebenta o ranço
e só haverá descanso quando a conquista for o livre trânsito
tombar tais barreiras, aproximar irmãs
nações, fronteiras, com afinco, pressa e afã
regressa o samba ao semba (cantadas à mesma mesa)
e a morna e o fado-à-desgarrada, dançadas na reza; amarradas como presa
preza -ssim o cacimbo indo ao p-sso imperfeito
acerta, erra, sobre o mesmo salão, chão de terra
e nesta ode, camões
pindorama sou (tupiniquim ainda!)
na mesma entrada
porta, o alecrim
ao vento, à vela, deixe-me livre!
empresta-me vermelhos cravos
pra silenciar os canos que calam os meus em costa barros!
são outras aldeias, outros guetos, outras vilas
vias para minha esperança luzidia
outros lusíadas, luz ao dia!
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