virtus - sinónimos lyrics
eu sou um gajo que se baralha por fases
quanto mais cresço decresço pela vontade de dizer centenas de frases
eu sei que idades reservam decisões feitas a dois
estou contigo mas ainda não decido sem falar para os botões
qual o sinónimo? eu sei qual o homónimo
é dizermos amor mas com sentidos pouco próximos
somos um oposto perfeitamente combinado
porque nós só concordamos em nunca termos concordado
eu sempre fugi às regras e prazos
até daria um espaço no tempo
se outros tempos não ocup-ssem tanto espaço
a questão p-ssa por tudo ser baço
por eu ser mudo e não dar tudo e tu do nada seres um ponto fraco
e de certo modo posso dar-me por vencido
pelo teu certo modo maternal de lidares comigo
o destino é duro e não o parto, nele parto
é que quando te afronto num futuro eu conto mais que um parto
as idades fazem parecer isto uma falha
não é por isso que deves achar que não te ouço enquanto falas
enquanto falas, desabafas e vês-me como um moço
e no silêncio há um pretexto para eu guardar as mãos no bolso
pensas que eu não sei de nada, enquanto estás deitada?
a alimentar esperanças com a televisão ligada
não te sentes bem aqui, e sei que serias realizada
a p-ssear em ruas francesas durante a madrugada
o frio apodera-se das frinchas da janela mal fechada
do espaço entre os dedos pousados entre nada
de um maço de medos com tabaco lá metido
e tu farta de o am-ssares de tanto fumares aquilo
o pânico de não estares no teu sítio
e vê-lo nos teus arrumos como um peluche antigo
é ingrato como a arte questionar quem somos nós
e o que é hábito é que se devia habituar a nós
ao contrário do que eu fiz, cá para mim
às vezes lembro-me de te encontrar quando sempre estive perdido em mim
o apego que a tua pele dita nas mãos com três dezenas de anos
e por três dezenas vamos ressuscitar os ramos?
seria eterno, as minhas mãos na tua face
até segurar a tua velhice sem que nenhum dos dois not-sse
não sei se era suposto tu seres sempre o meu encosto
sem ser preciso fechares-me os olhos por algum desgosto
não há estilos que nos façam comuns porque isso cansa
e tu não, ao ver-te com os pés descalços enquanto danças
deito-me e entrego todo esse peso ao sono
enquanto o (meu) cobertor teima com forma do teu corpo
não sei porque é que estás
não sei porque é que vais
e porque não ficas onde eu estou
não sei porque é que és
e porque não me dizes
e para onde vais eu também vou
saio à noite, confesso, como homem vulnerável
ao s-xo, tipicamente perverso
só que noite é uma loja de brinquedos, compras bonecas lindas
com a pinta, mas pontaria só vê garantia de dois anos
e antes há uma série de planos que não p-ssam de enganos
e ultrap-ssam a burrice de nos apaixonarmos
brindam os copos para pingar os corpos e depois põem-te em qualquer lado
e eu tenho quarto, obrigado
” acabaste há quanto tempo? quem foi essa pessoa? ”
e deviam conhecer-te quando falo na primeira pessoa
a base da sedução não é a base da solução
porque elas puxam tensão para quem só quer atenção
enlouqueço nessa luta, p-sso a ter tantos nomes
que a minha escuta disputa com a voz de dentro por mexer no teu nome
desculpa não o ter previsto
é porque o teu nome existo enquanto alucino ou enquanto elucido
não falo à toa, antes tivesse acostumado
tiraram-me dez mil palavras para não ser bom namorado
egoísta? nem tanto por parecer cagar para tudo
eu salvo primeiro os meus antes de querer salvar o mundo
tenho as minhas tripes e vivo numa postura
moldei o meu rosto ao teu em vez de pô-los numa moldura
(se) não te disse amo-te mil vezes não foi por ser incapaz
quanto mais se trabalha menos tempo há para dizer o quanto se faz
eu trabalhei no meu espaço
e sabes que eu não sou o macho que se alimenta da mulher pelo tacho
eu curtia ver uma casa t2 para começar
ou escolher um compromisso sem apontar com o anelar, para já
sozinho, tudo o que eu sou é posto à prova
e quando perco o fôlego não te vejo a dar-me as dobras
eu optei por ficares ausente
contra factos não há argumentos e de facto esse é o meu argumento
e o mesmo podia ser mudado, mas eu sou pouco exacto
por querer milhares de cenas e a resposta ser sempre ” exacto ”
exacto, o que nos une nunca foi óbvio
somos dois contrários que sempre foram sinónimos
funcionais como a tv com preto e branco
distantes um do outro mas precisam-se entre si
e no entanto encaixam por razões boas ou más
o importante não é o que o amor traz, é quem o traz
não sei porque é que estás
não sei porque é que vais
e porque não ficas onde eu estou
não sei porque é que és
e porque não me dizes
e para onde vais eu também vou
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