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vitor marx - protetor solar lyrics

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ana acorda, faz café
fuma um cigarro na varanda e diz:
“não vou mais fazer do mesmo”
mas o dia é sempre o mesmo

bota a saia, bota a máscara
bota fé de que não vai chover
e que vai sair de sandália
mas com esse tempo não vai dar

ana
não quero discutir
porque eu tô só por ti
pega o meu calor
mas não vá se queimar
p-ssa o protetor solar

sobre e a rua e pedala
enquanto na calçada
jaz um velho com sangue na mão:
morte por caminhão

pega o parque e segue adentro
da agência onde tem gente que quer inventar
um novo jeito de vender colchão;
propaganda na televisão

chora no banheiro
mas aguenta o dia inteiro
com na garganta o desespero
almoça só num banquinho
desenhando num caderninho
com um traço bem fraquinho

a labuta lhe -ssola
o nome de seu gato é frajola
deixa o vento bater
ela é a menina que não quis crescer

curvas retilíneas;
o deserto mais úmido de todos
é a porra do saara;
isso não rima nem faz sentido

mil jeitos de se perder;
nenhum motivo pra não beber
o chefe escroto nem vai perceber
tem que fazer o tcc
ana eu amo você
por favor não vá se perder

chega em casa, tira a saia
senta no sofá e fala:
“meu bem, tá foda de viver
to cansada de sofrer”

saca a rolha, pega a taça
serve o vinho, traga a fumaça
bate a cinza numa lata;
-ssiste um filme que não tem graça

deita e lê um de -ssis;
perfume aroma de c-ssis
tá sem sono se vira e diz:
“como anda aquele plano
de ir pra itália no fim do ano?”
-ssovia ‘o vento minuano’



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