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marcello gugu – new orleans lyrics

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[intro (a crise diz)]
eu te prometo sorrisos
férias na disney
uma casa na praia com vista pro mar
panquecas de nutela
uma transa daquelas
(romances de novela)
um retiro pra índia até você se ligar
que eu quero ser teu enjôo, palpitação, um aperto no peito músculos em tensão
um no na garganta, descontrole, tremor, fluoxetina, pânico e pavor

[parte um]
olhos escuros como um poço, tons de castanho breu
drágeas e ampolas, preces na boca dum ateu
dia que não amanheceu, cegueira de cão guia
o papo entre uma escova e a paciente em quimioterapia
faz da minha pele um casaco, palidez pêra
onde ter calma é segurar o sol com dedos de cera
porto prince, tremedeira, frio na espinha
capaz de fazer uma garota síria amar unhas francesinhas
no meu peito se aninha, uma fratura no esterno
em segundos a santa ceia vira um drink no inferno
rompe charcos de tensão, katrina afoga new orleans
banheira com gelo, cortes na altura dos rins
adágios de caim, a nata do medo
um pedófilo ensinando uma criança a soletrar segredo
lençol, fedendo azedo, diazepam, cohibas
ontem era moulin rouge, hoje emilio ribas
bilhetes suicidas, faz da farmácia, shopping
me beija como agulhas beijavam janis joplin
me toca como robert jonhson tocou satã
e enquanto eu rezo me oferece tortas de maçã
meu suor frio é o talibã atirando em outra malala
o espaço entre o peito de malcon e a ponta da bala
já cavou minha vala e antes que o quadro fique feio
diz pra deus pegar minhas orações na caixa de correio!

[refrão (a minha cabeça em meio a crise diz)]
pensou que eu era esquema te vi se encantar
achou que eu fosse seu par, em mim viu seu lar
to pra ser teu problema nao sou tua paixão
to pra te bagunçar
tirar seu chão

[parte 2]
cada crise é uma adolescente que faz da bulimia um novo amor
e vê um espelho na privada cada vez que vomita
que surta ao pensar: beleza é algo interior
e com 2 dedos na garganta te mostra o quanto é bonita

cada crise é uma bailarina sonhando com sua estréia numa companhia européia
cada surto é descobrir que sua vida é movida a pilha e que as paredes da caixinha são sua única platéia

cada crise é uma mãe com câncer dizendo ao filho pequeno que o céu fica no segundo andar
cada surto é o quando o filho descobre que por maior que a escada seja ela nunca chega lá

cada crise é uma batalha interna, vitória são os primeiros p-ssos, ar de reinício, mas célebre todo amanhecer em silêncio pois em nações em guerra no ano novo não tem fogos de artifício

[bridge (a crise diz)]
fiz do sorriso um convite e o que sobrou pra mim? limpar toda bagunça, nossa festa beira o fim, não fica -ssim, eu não sou ruim, só c-mpri o meu papel, como pode me odiar se eu te prometo o céu?

[refrão (a minha cabeça em meio a crise diz)]
pensou que eu era esquema te vi se encantar
achou que eu fosse seu par em mim viu, seu lar
to pra ser teu problema nao sou tua paixão
to pra te bagunçar
tirar seu chão

[final]
quando alguém lhe falar sobre ansiedade, depressão, pânico, jamais menospreze… não é por que vc não vê uma crise que ela não existe… de ouvidos, se faça presente… uma palavra pode definir se a próxima mensagem vai ser um bilhete de bom dia ou uma carta de suicídio. e isso não é uma poesia



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