marcelo oliveira – das confissões de um andejo lyrics
voltei, costeando c-xilhas
ao tronco do baio ruano
bolqueando o sonho aragano
sentindo o ringir dos bastos
repisando o mesmo pasto
que deixei na minha partida
quando dei rédeas pra vida
ao sentir meus sonhos gastos
e o meu sonho vinha adiante
sentindo o aroma da estância
se olvidando da distância
escarceando um oh de casa
que quando a alma extravasa
o apego à querência
o xucro sente a ausência
e, num upa, bate asas
entrei no galpão da estância
coberto de pic-mã
lembrei de tantas manhãs
no mate, de mãe em mão
sofrenei meu coração
numa prece comovida
dei gracias por minha vida
e o regresso pra o galpão
trouxe lições dos caminhos
no tordilho das melenas
e nos cravos das chilenas
suor de tantos matreiros
tinha os olhos prisioneiros
na distância dos caminhos
pelos repontes, sozinhos
o meu destino campeiro
soltei a cincha do flete
me arrinconei num amargo
fui sorvendo trago a trago
sentindo o fogo de chão
desquinando a lição
que por mais voltas que faça
a sina de um índio guasca
é regressar pra o galpão
entrei no galpão da estância
coberto de pic-mã
lembrei de tantas manhãs
no mate, de mão em mão
sofrenei meu coração
numa prece comovida
dei gracias por minha vida
e o regresso pra o galpão
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