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orelha negra – a paixão é às vezes, o amor é todos os dias lyrics

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[sample de noticiário]
chega à estação de santa apolónia encasacado, o cabelo ainda molhado do d-ch- matinal. josé luís costa, um entre milhares, mas subitamente na mão direita vê-se um caderno aberto numa página em branco e uma rosa

[capicua]
o mundo é cheio de pessoas e os dias cheios de infinitos
mas tão ínfimas as possibilidades de nascer um mito
e para fazer por isso
podemos tentar tornar o dia do outro mais bonito
ele escolheu começar no dia dos namorados
uma rosa e um recado confiando no acaso
mas ela não respondia e algum tempo p-ssado
na falta de um mais-que-tudo o compromisso foi selado
com o mundo e se no fundo o amor é quotidiano
faz sentido que o altar seja o metropolitano
todos os dias do ano na última carruagem
devoto na oferenda uma flor e uma mensagem
escrevia como para ela
em vida paralela e vinha de santa apolónia sentado à janela
e quando trocava no marquês para a linha amarela
já trazia uma flor a menos na lapela
e lá estava o seu bilhete pendurado
no sinal de alarme como combinado
para lembrar a quem p-ssava que o amor é inesperado
e que, como o perigo, pode estar em todo o lado
o destino do vagão era o coração
amadora ou a que ama era a direcção da circulação
e cada dia era comprido com dedicação
a rotina que fazia da sua vida uma missão
e como retribuição ele recebeu respostas
à caixa de correio chegaram muitas propostas
mulheres dispostas a tudo
lisboetas ou do mundo mas que no vagão do fundo sonhavam com futuro inspiradas no romance
sem chance
ele só queria uma e esta não estava ao alcance

365 dias depois
depois de 365 poemas e flores
chegada ao fim da promessa e despedida
era a última tulipa, a última missiva
no sinal de alarme na tarde de s.valentim leu-se
“a paixão é o início, o amor é o fim”
e já sem nenhuma esperança que ela lhe respondesse
tingiu de algumas lágrimas esse último bilhete
foi de coração cinzento que na manhã seguinte
tudo foi surpreendente mal saiu do número 20
havia flores e frases espalhadas pelas ruas
nos postes, nos semáforos, nos carros, nas gruas
palavras nas paredes, pétalas por todo o lado
poemas e papoilas e rap a p-ssar na rádio
ele ia embasbacado no caminho da estação
que p-ssou a primavera com as flores no corrimão
e até na bilheteira se davam outros bilhetes
de admiradores secretos do metro nos seus “flirts”
ele foi descendo a escada na entrada da carruagem
penduradas no alarme: uma flor e uma mensagem
pela primeira ele era o destinatário
era o 15 de fevereiro, o seu aniversário
cheirou a rosa vermelha enquanto abria a carta
“a paixão é uma janela o amor é uma porta ”
e ao lado estava uma entreaberta
e no recado era conhecida a letra
espreitou para a cabina e era ela!
no lugar do maquinista à sua espera!
e ali debaixo da terra com o beijo de cinema disse
“a paixão é uma flor, o amor é um poema”
e ali debaixo da terra com o beijo de cinema disse
“a paixão é uma flor, o amor é um poema”

[sample de noticiário]
em lisboa, esta manhã, já partiu, na última carruagem da linha azul já partiu. mais uma flor, mais uma frase, já partiu o amor



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