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rappin’ hood – a bola do mundo 2 lyrics

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[intro]
é sangue bom, se você vacilar
ra-ta-ta, o bicho pode pegar
inteligência é tudo
com vocês, a bola do mundo
rappin’ hood na área

[refrão]
a bola do mundo, régua e comp-sso
o mundo caminha p-sso a p-sso
se você vacila, caiu no laço
ficou para trás mano, aquele abraço
(2x)

[verso 1]
tá la o corpo estendido no chão
mais uma mãe chorando, a morte de um irmão
que se perdeu no dia a dia da periferia
na ambição pelo dinheiro faz a correria
quer melhoria pra sua casa, diz é “nóiz na fita”
e acredita se dar bem com o revólver na cinta
pois se cansou de esperar por um novo emprego
agora quer o malote, agora que sossego
tirou quatro de ponta e não foi o suficiente
ganhou a liberdade e ainda não tá contente
diz que precisa pelo menos uns 50 mil
para deixar o crime e dizer “nem me viu”
amanhã será o quinto dia útil do mês
e na saída do banco lá vem a bola da vez
até planejou o esquema e estará por lá
se o mano duvidar o bicho vai pegar
é 11 da manhã e ele perto do bradesco
chegou a hora, vamo pro arrebento
a vítima caminha até o estacionamento
demorou, é o momento
enquadrou e rendeu o cara
mas só se preocupou com o dinheiro da pasta
não revistou e o cara tava armado
era o fim de mais um aliado
violência, culpa de quem?
do governo e do povo também
pois um é o lixo e o outro só quer luxo
país do futebol, país do absurdo

[refrão]

[verso 2]
na porta da escola era onde o mano estava
mal sabia ele o que o destino lhe traçava
eis que um camarada um convite a ele faz
vamos nessa meu irmão, fumar um é bom demais
caminho com seu amigo até perto do mocó
mas dispensou o baseado e preferiu cheirar o pó
depois de algum tempo só o pó já não dava
no mundo das drogas cada vez mais se afundava
e com tudo isso começou o crack usar
agora só a pedra o fazia viajar
mas o pior estar por vir, eu vou lhe contar
com uma dose excessiva ele veio a se matar
no começo a verdadeira alucinação
depois virou um mundo de sofrimento e solidão
já não fazia mais nada sem que se drog-sse
está chegando -ssim o fim de todo um emp-sse
as doses aumentavam a cada dia
o consumo todo dia subia
e dessa vez ele foi apelar
furtou algumas coisas pra poder se drogar
e foi naquele dia que ele se matou
a dose foi demais, seu corpo não aguentou
seu olho brilhou vendo o que ninguém mais viu
seu corpo vibrou como ninguém nunca sentiu
e o seu coração para de repente
era a última viajem de sua mente
-ssim acabou sua grande neurose
pois ele morreu de overdose

[refrão]

[verso 3]
e eu vou lhe contando algumas histórias
comece a guarda-las em sua memória
não quero saber se canto aqui, se canto lá
sou rappin’ hood canto em qualquer lugar
não pago pau pra rico, sou a favor dos pobres
povão é minha rima e é tudo no meu nome
suburbano no ar e é só me chamar
se um rap real você quiser escutar
sou paulistano de periferia, preto inteirado
e aí como é que tá? to ligado
que o racismo acontece e é ocultado
dizem alguns que já faz parte do p-ssado
mas caminhando, cantando, sendo discriminado
artigo vadiagem, pré-condenado
todo dia a polícia a me abordar
sempre a mesma pergunta, o olhar vulgar
mas preto velho me p-ssou muita sabedoria
deixa que digam, deixa que falem, o que importa é a poesia
todo dinheiro do mundo eu sei tem muito valor
mas nunca pagará o preço da minha cor
nunca saberá o tamanho da dor
nunca aprenderá o valor do amor
mas minha mãe, graças a deus, já me orientou
que em primeiro lugar sempre louvar o senhor
com microfone na mão eu também sou o terror
lado a lado com o homem que ressuscitou
aprendi que o dinheiro nunca será tudo
nunca serei o dono da bola do mundo

[refrão]



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