vitor ramil – mango lyrics
criado junto aos arreio
a boleadeira e o laço
cheio de talho e pontaço
velho amigo e companheiro
meu rude traste campeiro
que uso preso no braço.
batendo ao cano da bota
uma festança campeira
num balancear de vaneira
enfiado ao cabo da faca
acariciando a guaiaca
e ouvindo a gaita manheira.
retoço em cancha de tava
entre fichas e dinheiro
amadrinhando o coimero
pra receber a parada
cuidando a tava clavada
lá junto ao pé do parceiro.
cruzo pra lá e pra cá
um dos braços pendurado
ás vezes troco de lado
bombeando a parada paga
e fica o facão e adaga
me olhando de atravessado.
um cerne de guajuvira
retovado com capricho
às vezes quando me espicho
lasqueio um quebra-quexudo
ou derrubo o melenudo
junto ao balcão de bolicho.
sempre ao lado do ginete
já me criei camperaço
me lembra um potro pic-sso
corcoveando num remexo
sem uma corda no queixo
que derrubei a mangaço.
sempre metido em buchincho
levando algum sofrenaço
talhas de adaga, balaço
é sina que desembesta
mas já quebrei muita testa
e nunca cai do braço.
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